Tomates contra o Câncer
Estudos recentes, publicados em revistas sobre nutrição e
medicina, demonstram que o licopeno, o pigmento que dá cor
vermelha ao tomate, é um potencial agente anticâncer. Ele também é
encontrado em vegetais e frutas como a melancia, a goiaba vermelha
e o mamão papaia. Estas três são as que contêm o pigmento em maior
quantidade.
Os molhos de tomate são concentrados ricos em licopeno. Aliás, uma
característica interessante desse pigmento é que ele não perde
suas propriedades químicas ou medicinais quando concentrado ou
cozido por longo tempo. E mais: é melhor absorvido pelo nosso
organismo quando os produtos do tomate, como o tomate seco, por
exemplo, são ingeridos com azeite de oliva. O licopeno de produtos
processados é, ainda, muito melhor absorvido do que o dos produtos
in natura. A goiabada é outro produto alimentício rico nesse
pigmento.
Uma alimentação diária rica em licopeno na forma de molhos e purês
de tomate, ketchup e tomate seco é recomendada. Os tomates frescos
mais vermelhos devem ser os escolhidos para as saladas porque
contém boas quantidades de licopeno. Um quilograma de tomates
maduros contém cerca de 20 a 30 mg dessa substância.Nos Estados
Unidos, estão sendo feitos estudos de engenharia genética no
sentido de se produzir culturas de tomates com maior conteúdo de
licopeno. Fica claro, também, que o tomate orgânico, colhido em
plantações sem o uso de agrotóxicos, deve dar molhos e purês muito
mais saudáveis, que serão certamente mais efetivos na ação
anticâncer.
O licopeno é ainda um poderoso antioxidante, capaz de neutralizar
a ação dos radicais livres, responsáveis pelo envelhecimento e
degeneração das células.
Três tipos de trabalhos de pesquisa com seres humanos, publicados
nos últimos 15 anos, envolvem o licopeno: a epidemiologia
(incluindo-se a biodisponibilidade), o efeito do licopeno na
proliferação dos tumores e os mecanismos bioquímicos e
imunológicos de sua ação. Vários estudos epidemiológicos têm sido
publicados, demonstrando a eficiência de uma alimentação rica em
licopeno contra vários tipos de câncer e doenças crônicas (câncer
de próstata, intestino, bexiga, vesícula, pele, seio e cervical,
além de doenças cardiovasculares). Alguns pesquisadores
demonstraram que o licopeno inibe o crescimento de células
cancerosas em culturas de tecidos em laboratório. Ficou
confirmado, também, que o licopeno induz a comunicação entre as
células, o que pode ser a base da proteção contra o câncer, uma
propriedade independente de sua atividade antioxidante.
Atualmente, as pesquisas com licopeno estão direcionadas
para os seguintes temas:
- Fatores que influem na
alimentação, incluindo-se a interação com outros carotenóides;
- Metabolismo do licopeno nos seres
humanos e a função dos produtos derivados do licopeno (metabolitos)
no corpo humano;
- Mecanismo de controle da
proliferação das células cancerosas;
- Estudos da participação do
licopeno na prevenção do câncer nos seres humanos;
- Mecanismos de deposição do
licopeno em tecidos humanos;
- Efeito do licopeno nos sistemas
imunológicos do corpo humano.
Antonio Carlos Massabni
Instituto de Química – Araraquara - UNESP
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